À primeira
vista...
Ah querida,
minha querida...
Sabe que se eu
não tivesse te conhecido em função de outras circunstâncias seria capaz, apesar de toda
a minha timidez, de te abordar na rua e perguntar qualquer coisa, só pra
poder te ver
mais de perto?
Olha, eu não
sei exatamente o que eu teria dito, visto que não sou um especialista nesse tipo de
abordagem. Talvez perguntasse - que horas são, por favor?... - ou então, -
desculpe, mas
você sabe onde fica a Rua Oscar Freire?... - ou ainda, - você poderia, por favor, dizer o
seu nome, só para quando eu sonhar com um anjo poder chamá-lo de alguma forma?
Não sei mesmo,
acho que eu não diria nada porque, aliás, considero uma tremenda invasão essa
história de abordar estranhos, às vezes tão absortos em seus pensamentos,
para dizer uma
bobagem qualquer. É muito feio, né não? Mas, de qualquer forma, talvez eu dissesse
que você é muito bela e depois fosse embora levemente enrubescido, envergonhado
pela ousadia. Mesmo que eu não dissesse nada, com certeza ficaria olhando para
você por muito tempo, até você desaparecer na esquina.
Olha querida,
fiquei muito lisonjeado com o seu convite para jantar. Essas atitudes gentis andam
cada vez mais raras que, quando acontecem, nos pegam de surpresa mas, repito, fiquei
muito feliz. Acredite.
Estou ansioso
para vê-la novamente, para ouvir a sua voz grave e melodiosa de novo.
Fique com um
beijo, com esta cartinha e algumas flores,
(assinatura)
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